Bilbao e Gaztelugatxe - País Basco em 2 Dias
Arte, mar e caminhos que ficam na memória
Bilbao e Gaztelugatxe - País Basco em 2 Dias
Arte, mar e caminhos que ficam na memória
Foto de Filomena Costa
Foto de Rui Vale de Sousa
Bilbao
Bilbao é daquelas cidades que não se visitam apenas — sentem-se.
Das ruas estreitas do Casco Viejo ao brilho metálico do Guggenheim, a cidade move-se entre tradição e vanguarda como quem muda de ritmo mas nunca perde a melodia.
Pelas sete ruas históricas, as varandas antigas e as pequenas praças contam histórias em cada esquina. A Catedral de Santiago ergue-se tranquila, lembrando que Bilbao já existia muito antes da arte contemporânea a celebrar em titânio.
Mas é impossível falar da cidade sem mencionar o Guggenheim: aquela escultura gigante onde a luz muda de cor ao longo do dia. Mesmo por fora já é uma visita.
E, se houver tempo, o Museu de Belas Artes mostra um Bilbao mais silencioso, mais contemplativo.
Entre passeios, aparecem os pintxos. Pequenos, perfeitos, cheios de sabor.
Bilbao vive à mesa — e tu acabas sempre por te sentar mais vezes do que tinhas planeado.
Ao final da tarde, caminhar junto ao rio Nervión é quase terapêutico. A cidade abranda, as luzes acendem-se, e percebe-se porque é que Bilbao é um dos grandes lugares para sentir o espírito basco sem pressas.
Foto de Íris Saraiva
O segundo dia leva-te ao Atlântico. A cerca de 40 minutos de carro, a estrada serpenteia pela costa até que, de repente, aparece — San Juan de Gaztelugatxe, aquela imagem épica: uma ilha, uma ponte de pedra, mais de 200 degraus e uma ermida lá no topo.
Mas antes de tudo…
atenção aos bilhetes.
Em época alta, o acesso é controlado e gratuito, mas é obrigatório reservar online. E, mesmo com reserva, os parques enchem rapidamente.
— A mim aconteceu-me: cheguei lá, já não havia lugar. Por sorte alguém desistiu e consegui entrar. Ou seja: não arrisquem, planeiem.
A subida é intensa mas mágica: o mar bate nas rochas, o vento muda de direção, e cada curva abre uma vista ainda melhor do que a anterior.
Lá em cima, o silêncio compensa tudo. A ermida parece frágil diante do oceano, mas ao mesmo tempo eterna — como se guardasse histórias que ninguém contou.
Na volta, se ainda houver tempo, vale a pena parar em Bermeo ou Mundaka — portos pequenos, cheios de cor, perfeitos para um último pintxo antes de regressar a Bilbao.
Bilbao faz-se muito bem a pé. O centro é compacto e seguro, ótimo para explorar sem pressas.
Gaztelugatxe exige preparação.
Reserva o bilhete com antecedência (mesmo sendo grátis).
Vai cedo: os parques enchem rapidamente.
Leva água e roupa confortável — a subida é exigente, mas vale cada passo.
Melhor altura para visitar: primavera e início do outono — bom clima e menos multidões.